CINEMA

A produção é baseada no livro homônimo de Maurice Sendak, datado de 1963, mas lançado no Brasil apenas no ano passado. Com seus cenários inóspitos filmados na Austrália, sua trilha sonora assinada por Karen O (vocalista do Yeah, Yeah Yeahs, que ganhou uma indicação ao Globo de Ouro pela faixa "All Is Love") e seus monstros adoráveis, o filme provavelmente ganhará o mesmo status dos longas anteriores do diretor.
Na trama, Max (vivido pelo garoto Max Records) é um filho de uma típica mãe solteira (Katherine Keener), que passa o dia fora atrás do sustento para a família. Com uma irmã na fase 'aborrescente', o menino acaba levando uma vida um tanto quanto solitária. Em razão disso, gosta de passar o tempo usando uma fantasia de lobo e inventando mundos imaginários.
Mas, como toda criança que se preze, Max promove um estado de anarquia em seu reino. "Que a bagunça comece!", determina o garoto para os outros monstros. Aos poucos, ele vai conhecendo mais sobre seus companheiros: Carol está tão perdido em si que vive em conflito com os outros, KW é introspectiva e gosta de seus momentos sozinha, Douglas é cheio de energia e iniciativa, Judith é sarcástica e dominadora, Ira é modesto e paciente e Alexander acha que não é levado a sério o suficiente pelos outros.
Conforme os conflitos começam a surgir, Max descobre que nem o seu mundo imaginário é ideal. A partir daí, é hora de considerar o retorno ao lar e à realidade.
"Onde Vivem os Monstros" é uma bela fábula sobre o lado mais solitário da infância, com suas alegorias sobre lugares desconhecidos e seres que não existem. Porém, é um longa que pode ser mais facilmente compreendido por adultos do que por crianças. Uma boa opção para ser "devorada" naqueles dias em que se está mais melancólico.
Confira o trailer:
W. Borges