terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O designer como diretor de arte no cinema

DESIGN

O designer como diretor de arte no cinema 
No mercado de produção cinematográfica, agência de publicidade, TV e editorial de revista e livros, existe a função de diretor de arte. Apesar do título ser o mesmo, essas funções tem algumas diferenças. Todas coexistem com a missão de criar mensagens visuais, uma conexão com o público que vê. As construções visuais estáticas ou em movimento criam um canal de comunicação e quem vê, lê, sente, se emociona, se reconhece, associa fatos da memória, imagina, sonha e crê.

Os elementos são criados e compostos para transcender a razão, ela entra no inconsciente de cada indivíduo e encontra um repertório único com repostas únicas. Os arquétipos agem diferentemente na memória privada, numa hierarquia de valores em vários níveis de associações subjetivas e cognitivas. Criar imagens que despertem esses sentimentos e significados é a função do diretor de arte. Uma composição visual projetual que será transformada em linguagem metafórica e arquetípica, criando uma relação de substituição dos significados reais. A meu ver todas as linhas profissionais acima citadas podem ser exercidas por um designer mas, irei me aprofundar na direção de arte na comunicação visual em movimento, o cinema e suas variáveis.
 
No Brasil a direção de arte começou a ser exercida “comme il faut“ a partir dos anos 80. Até então as cenas de um filme eram concebidas quase totalmente pelo diretor. Era nele que convergiam os olhares dos profissionais das várias funções, ele era o grande maestro. O fotógrafo, ainda em alguns casos, fazia parte da direção e era o profissional mais próximo na concepção das cenas.
O cenógrafo fazia o cenário, o figurinista o figurino, o maquiador, o decorador de set, o continuista, faziam cada um a sua parte independentemente. A figura do diretor de arte não existia como ela é hoje. O cinema no Brasil tinha uma estética bem cuidada e os documentos da história do cinema confirmam esse fato em imagens belíssimas.
Mas ainda era uma forma de trabalho intuitiva, na tentativa de representação teatral do real. Boas concepções de roteiro em tentativas e erros, muita paixão, experimentação e pouquíssimos recursos numa atividade chegada em atraso em relação ao resto do mundo. Uma trajetória sofrida dos persistentes realizadores e que tinham o público fiel nas cidades longe dos centros urbanos. Nas grandes capitais a indústria internacional já chegara e a comparação era inevitável e cruel. No Brasil o cinema era apenas um comércio.


Muitos anos se passaram na tentativa de tornar o cinema brasileiro uma indústria e hoje nossa produção vem rompendo as barreiras das fronteiras internacionais. Hoje se aprende a fazer cinema. Temos quase todas as possiblidades técnicas disponíveis, e realizadores talentosos que mostram seu aprendizado. A direção de arte naturalmente se desenvolveu neste contexto e o papel exercido por ele, em nível de importância numa equipe, é fundamental para a direção do filme. Ele é o olhar central do diretor, ele concebe o espaço cênico, comandando uma equipe enorme de profissionais ligados à comunicação visual. Esse profissional é o braço direito do diretor na construção imagética e conceitual do filme como um todo. Em alguns casos com maior importância até que o diretor de cena. Ele concebe o espaço, o tempo, a história, a linguagem estética e a composição dos elementos visuais e metafóricos. Ele cria e concebe um estilo harmônico, crível, emocional. 


Embala as personagens em suas personalidades e particularidades humanas. Ele exerce o papel de reconstrutor de uma antropologia comportamental que dá suporte aos atores na construção das personagens. Um filme com uma direção de arte primorosa, envolve quem vê numa atmosfera de confiabilidade, numa realidade vivida no tempo de duração do filme. Tudo deve estar em harmonia, a história, o roteiro, a direção, as personagens, a direção de arte, a luz, a fotografia, os atores, a montagem e o som. Quando essa harmonia é quebrada gera o desconforto. Comumente ouvimos os críticos dizerem : A história é ótima mas o ator na personagem X não estava convincente, ou mesmo, a fotografia é lindíssima mas, a direção é  isso ou aquilo. Isso acontece exatamente pelo desequilíbrio harmônico. Muitas vezes acerta-se e outra pode-se errar. Mas a arte em qualquer manifestação passa a existir quando é vista, contemplada, lida, ouvida, sentida.  A arte precisa dos olhares. Muitas cabeças, muitas histórias, lembranças. Conexões e curto circuitos da energia de emoções interiores de cada ser humano.O cinema é hoje o segundo maior divertimento ( a primeira ainda é a TV) e a segunda mais barata.No cinema a sensação de estar vivendo e fazendo parte da vida daquela história contada, é real. É sentida assim. É concebida para ser desta forma.


A arte é uma manifestação mental, uma reinterpretação  das coisas sob o ponto de vista do artista e como ele se manifestou naquele segundo da criação. Dados os estímulos visuais externos, a mente e todas as combinações internas processadas resultarão em formas próprias de composição desses estímulos. O artista ao devolver sua concepção numa criação, apropria-se de técnicas e recria formas para transformá-las em linguagens novas. É um avançar contínuo, algo em movimento.


O diretor de arte antes de tudo deve ser um grande investigador do mundo, das culturas, das histórias, da tecnologia e mesmo do imaginário humano.Ele terá a missão de compor nas entrelinhas uma comunicação visual imprescindível na composição de significados, atingindo com exatidão a informação desejada pela história que está sendo contada.Todo esse conhecimento será importantíssimo para se transmitir e atingir o receptor . O conhecimento da antropologia, sociologia, comportamento de um grupo social atual ou histórico devem concluir, tornar-se real. É claro que o público entenderá a mensagem conforme sua cultura mas, ela pode estar sendo direcionada á ser apreendida. 


O cinema é um meio de comunicação que leva ao espectador universos diversos de culturas, é a grande fascinação dessa arte. Uma linguagem de imagens universais que mesmo sendo um pouco mais limitada que a linguagem falada, consegue contar histórias numa língua universal, a visual. Não são só as imagens que fazem a comunicação, o comportamento das personagens , a forma de se vestir, a ordem ou a desordem do ambiente, a maneira como uma personagem se utiliza e atua com os objetos num conjunto de vários elementos materiais, suas cores , suportes, luz e ambientações que conduzirão aos significados à compreensão desejada. Esses signos existem já estabelecidos no contexto de significações mas, precisam ser bem considerados e bem adequados para que sejam captados e compreendidos. As formas de percepção visual vem sendo estudada em psicologia, em filosofia, antropologia, sociologia e essa percepção é flexível diante da evolução dos meios de comunicação e a ampliação dos signos e seu valor intrínseco. O receptor da mensagem exercita constantemente a descoberta, o que está embutido na estrutura da composição visual. O construtor desse conjunto visual é o diretor de arte, um manipulador das interpretações ambíguas e um provocador de um despertar da mente à leituras próprias de quem vê.O diretor de arte de um filme portanto é um articulador de componentes visuais coerentes à história, criando o surpreendente, além do esperado. Encantar , envolver , deixar o espectador livre para participar daquele momento de realidade que de tão crível entra na mente como memória apropriada.


Por isso a profissão de diretor de arte de cinema pode ser exercida por um designer. A meu ver, há um limite tênue entre construção do real imaginário e a construção de imagens ou formas a serem desejadas. Esse recriar realidades ou mesmo criar as ficções do futuro, passam pela construção de mitos, necessários para o equilíbrio das idéias. Tecnicamente o profissional em questão (diretor de arte de cinema), deve ser alguém sensível, culto, um estudioso constante de todos os aspectos visuais, históricos, político-sociais, econômicos-sociais e seus  valores particulares na composição de um conceito pretendido pela obra. Um artista que cria, compõe, rege, sente, intui e transforma. Comanda junto ao diretor, fotógrafo, roteirista o real construído que inicia pela a escolha do casting, e vai tecendo um fio condutor através dos operários visuais: desenhista de story board, maquiador, cabeleireiro, figurinista, costureiro, alfaiate, artesão, joalheiro, cenógrafo, paisagista, cenotécnico, aderecista, location man, técnico em efeitos especiais físicos, técnico em efeitos especiais em computação gráfica, caracterizadores, continuistas, decoradores de set, produtores de objetos, pesquisador de época, pintor de arte, escultore, designer gráfico.   


Copyright (C) 2004,2005 Inez Oliveira  
A cópia fiel e distribuição deste artigo em sua totalidade é permitida em todo o mundo, sem royalties, em qualquer meio, desde que esta nota seja preservada. 


_W. Borges


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Natal do Distrito Federal!

ENTRETENIMENTO







_Ilha das Ilusões

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Cenas da Sociedade da Justiça em Smallville

SMALLVILLE

A nona temporada de Smallville terá a participação da Sociedade da Justiça.

Absolute Justice terá duas horas de duração – ou seja, será um telefilme - indo ao ar dia 5 de fevereiro. O roteiro foi feito por um cara que conhece: Geoff Johns. O cara escreveu HQs da Sociedade da Justiça no começo da década, ao lado de David Goyer, num arco que fez bastante sucesso.

O canal CW liberou duas fotos do episódio para atiçar a galera. Em uma, vemos o Arqueiro Verde (Justin Hartley) e o Gavião Negro (Michael Shanks) se pegando. Na outra, aparecem o Senhor Destino (Brent Stait) e a Stargirl (Britt Irvin).


 



Cenas do episódio!











fonte: Site do Mal; Fábrica de Quadrinhos;

O pesadelo dos concursos furados nunca acaba

COMPORTAMENTO

Viajando nesta rede de informações que é a internet, deparei-me com um assunto que não é novidade mas que vale a pena comentar, Os Concursos Furados, aqueles que são lançados prometento "fama" e/ou absolutamente nada pelo trabalho apresentado. O Blog Scketcheria deixa uma crítica sobre o concurso "A Cara do Mandrake" que vale a pena ler.

"Espero acordar um dia e olhar para um mundo mais honesto, livre de parasitas e hospedeiros neste mercado minguado e agonizante que é a ilustração editorial no Brasil. Espero ver ilustradores trabalhando e ganhando sua vida, sustentando família e prosperando, realizando seu trabalho, sua especialização, seu ofício.

Agora as editoras, que obviamente tem o lucro como única meta, descobriram o filão de ouro que é a VAIDADE que infecta e devora os cérebros dos jovens artistas, e perceberam que não precisam mais pagar profissionais especializados para obter seus intentos.

Se há quem faça de graça, porque gastar dinheiro com artistas que investiram suas vidas na carreira?

Morram de fome, danem-se todos. Basta fazer um concurso qualquer e chovem trabalhos às centenas, é só escolher um e pagar com qualquer porcaria que eles aceitam tudo, assinam tudo, e nunca reclamam, muito pelo contrário, se auto-flagelam com um grande sorriso estampado na cara. E o pior é que esta balela cola! Nego trabalha em troca de quinquilharias ou “fama”. Toda a indústria trabalha por dinheiro. Por que motivos os profissionais de ilustração deveriam ser tratados de forma diferente?

Até estagiário ganha em dinheiro, porque diabos um ilustrador deveria executar o CONTEÚDO ESSENCIAL da obra, 100% da autoria visual da publicação, sustentando TODA a cadeia produtiva nas próprias costas, sem ganhar um centavo por isto?

Como se o artista não tivesse contas para pagar."

Leia a matéria na íntegra AQUI.


* Selo Sou Ilustrador Profissionao: arte de Fernando Mosca e Leandro Substance, disponível sob licença Creative Commons, em diversos formatos gráficos no site Old Black Gallery.

 


_Ilha das Ilusões

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Posters criativos sobre prevenção contra AIDS

COMPORTAMENTO E DESIGN


Estudos dizem que pouco mais de 5 mil casos de Aids foram identificados pelo sistema público de saúde do Estado de São Paulo em 2008. O sexo sem proteção foi a causa da infecção de três em cada quatro casos, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde. (METRO)

A Ilha das Ilusões indica: Sexo Seguro? Só com Camisinha!

Veja os mais criativos posters para concientização do virus HIV.




fonte: http://advertt.com/